Pobreza filatélica Brasileira

Olá amigos filatelistas, como o próprio título diz, estamos em uma época de extrema pobreza filatélica aqui pela terra brazilis. Vamos deixar claro que isso é só por aqui. Procurei olhar os sites de outras empresas de correio pelo mundo e vejo emissões belíssimas e com movimento de novas séries mensalmente. Países como Índia, Chile, Argentina, EUA tem programações filatélicas muito maiores que a nossa, A página dos correios dos EUA é um verdadeiro paraíso para o filatelista, quanditade enorme de emissões, peças filatélicas e um banho de informações.
Vamos por parte:

1) Programação filatélica com pouquíssimas emissões e meses sem nenhuma peça. Concordo que vivemos na época da tecnologia e em um mundo "online", não justifica essa "preguiça", pelo que parece, essa atitude dos correios brasileiros em resumir as emissões do ano. Já que não se vende selos como antigamente (falo da década de 80 para a atual) então vamos diminuir a tirarem dos selos para manter a quantidade de emissões do ano,  cortar esses selos regulares (vulgo ordinários) para priorizar selos comemorativos. vejo esse "mercado" de se comprar selos comemorativos próprios uma forma de enfraquecer as emissões nacionais.
Comecei a colecionar em 1987, lembro que a programação tinha umas 4 folhas A4 e muita coisa acontecia durante o ano que incluía novas peças.

2) FDC (envelope de primeiro dia), impressionante como o correio brasileiro matou essa peça. Recordo-me que TODA emissão saía com FDC, edital (distribuído gratuitamente) e poderia ainda selar e colocar o carimbo de primeiro dia no edital, esse com o custo do valor do selo. Esse edital era feito em papel couché no formato A4. O FDC era uma peça que ajudava e muito, que precisa mandar uma carta para o exterior, você tinha uma peça bonita que bastava completar o porte e mandar uma carta com padrão para fora do país. Não deixava de ser uma forma de mostrar o Brasil para o resto do mundo.

3) Site amador. Como tenho a minha formação na área de tecnologia, percebo o amadorismo e a falta de qualidade nesse site dos correios na parte de filatelia. Parece coisa tocada por adolescentes ou estudantes ginasiais.  Links mortos, texto escrito de qualquer forma, diagramação pobre, pouca ou nenhuma informação da área, entre outros problemas. 

Fiquei um tempo afastado da filatelia é verdade, mas o que vejo hoje é um processo de eliminação da atividade filatélica aqui no Brasil, quero retificar que isso é só aqui no Brasil. Acompanho alguns blogs e confesso que fico com um pouco de inveja do que vejo em outros países. Filatelia nas escolas, amostras, competições filatélicas e encontros regulares.
Voltando um pouco no tempo, vamos a realidade que vivi no meu começo filatélico. Em Salvador/BA. Hoje com um pouco mais de idade, vejo o quanto o correio detestava filatelista. Veja o exemplo: A feira do selo era realizada todo sábado pela manhã no prédio central dos correios que fica no bairro da pituba (muito bonito por sinal e bem localizado). Onde o amigo filatelista acha que esse encontro era realizado? Em um salão de eventos? No saguão de entrada do prédio? Pasmem, era nos fundos do prédio em uma área dedicada ao refeitório dos funcionários, muitas das vezes tínhamos que passar um pano nas mesas para retirar os restos de comida. O prédio um luxo, e o encontro dos filatelistas baianos era em refeitório de funcionários. O interesse era tão grande que depois de um tempo, nem o funcionário do correio que vendia os selos para os filatelistas, vou repetir, O FUNCIONÁRIO DOS CORREIOS QUE VENDIA SELOS PARA OS FILATELISTAS deixou de ir para a feira, quem quisesse selos novos tinha que dar a volta e ir para os chiches da agência. Percebia que a maioria dos comerciantes filatélicos ainda achavam que era uma "boa" esse espaço, que os correios mediante muito esforço deles, cedeu essa área. Veja que a filatelia para os correios era algo que tinha de ser escondido e que não atrapalhasse. Perceba que esse mal trato já vem de longas datas.
Esse espaço do refeitório da feira já vinha criando problemas e passou para uma área externa que era um Deus nos acuda, imagine: Beira do mar, vento, chuva (quando chovia o encontro era praticamente cancelado) e selo.
A atitude correta dos correios era dar um espaço fechado na entrada da agência para que fosse visto e atraísse curiosos e quem sabe novos filatelistas. Resumindo, a relação era para ser o contrário, os correios que deveriam nos tratar bem e oferecer condições de um comércio filatélico e trocas. 
Como se dizia lá em casa, nem santo pra beijar tinha de cortesia lá no espaço.

Fico imaginando como vai ficar a filatelia nos próximos anos. Sem renovação do quadro de filatelistas nacionais, amadorismo dos correios brasileiro. Tende a acabar. Espero que isso nunca aconteça. Vamos refletir o futuro da filatelia no Brasil e ver o que podemos fazer para mudar esse quadro.

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